a buzina do meu carro é rid?cula


11.06.2003
Tift Merritt - Bramble Rose

As canções tristes começam sempre nos semáforos. Nós tombamos a cabeça.



10.02.2003
Quando as coisas correm mal, desligo o rádio e conduzo em silêncio. Penso nas pessoas que conduzem sempre em silêncio. Lembro-me que conduzir é a melhor coisa para quando não se quer pensar. Mas desliguem o rádio e passa a ser uma autêntica prova de sobrevivência. Ainda por cima, uma prova em que não participamos conscientemente.
Seria triste, morrer deprimido num fim de tarde chuvoso de Lisboa.
É a última coisa que precisamos, mais trânsito em Sete-Rios.



7.18.2003
10.000 Maniacs - Hey Jack Kerouac
Ontem à noite na Radar. Paço de Arcos, pouco depois das dez da noite.

Andei de carro à noite. Cerca de 30 minutos no total, ida e volta. Já não o fazia sozinho há algum tempo. Para a música, confiei na Radar (ou saí de casa à pressa). Não correu especialmente bem mas foi sempre agradável. Nota para o Verão: a Natalie Merchant tem uma fabulosa voz drive. Vou investigar os discos dos 10.000 Maniacs.



"Sort of a shame, don't you think?" asks Anna-Louise as we see signs telling us the Canadian border is only half a song away.



7.16.2003
The road on which we’re now driving runs between the Ridgecrest Mall and the Plants. The only natural scenery along the way is a microvalley between two lame hills just past the Ridgecrest Mall, a microvalley known locally as the Onion Canyon after the crop that used to grow there before an auto-mall rezoning both deleted and reformatted the landscape. The road is wide and gently curving; locally we call it Route 666. After the Onion Canyon there’s zero to see until the Plants, a good five or six songs on the tape deck away.



5.09.2003
The Smiths - I Know It's Over
Hoje de manhã na Voxx, por volta das 8.50, em Sete Rios.

Infelizmente deslocada. Como se a decadência se tivesse estendido até de manhã cedo, ao longo de mais uma noite desperta. Coisa de punheteiro triste, passar esta canção na rádio, numa manhã de sol como a de hoje. A canção é do mais miserável e "honesta" que se pode imaginar na música pop. Uma coisa verdadeiramente rídicula, de quem nunca vai ser consolado pela amiga (que eventualmente come).



4.27.2003
Bonnie Prince Billy - At The Break Of Day
Cerca do 12.30, no eixo norte-sul.

Acordar ao domingo é sempre problemático. Tive que o fazer mais cedo que o costume para ir buscar uma tia velhota, ali ao Lumiar. Mas a radar e Will Oldham cuidaram de mim. A canção é belíssima e capaz de nos pôr a todos bem com o mundo, mesmo num domingo de manhã. Mais um momento perfeito ao volante dum carro. Nunca deixam de me surpreender.



3.17.2003
Somos todos capazes.



Mexam a cabeça e digam adeus ao ritmo do limpa pára-brisas!



Façam caretas na auto-estrada!



Desçam os vidros e conversem nos semáforos!



Simon & Garfunkel - Sound Of Silence
Dez para as oito, Lisboa.

Foi na Antena1, enquanto esperava ouvir as notícias ou descobrir alguma emissão especial acerca da guerra. Ok. Não está relacionada com a guerra, mas foi arrastada pelo tufão da segunda metade dos anos 60 e para sempre ficou associada com aquela paz. Ainda que tola e insensata. Como a paz deveria ser.



3.14.2003
Atomic Bees - Lucky



3.10.2003
Top 5 de canções drive dos Red House Painters

1. Revelation Big Sur
2. Cabezon
3. Trailways
4. Summer Dress
5. Helicopter

Tudo muito California sound.



2.24.2003
Uma coisa.

Quando vão numa viagem relativamente longa e o rádio começa a falhar, ou alternando a estática com a emissão de várias estações ou caminhando a passos largos para o ruído puro, lembrem-se disto: As coisas não vão melhorar. Por mais que queiram. Não são só estas árvores, não é por estarmos num vale e nem pensem que o barulho é agradável.

Mudem de estação, o espectro radiofónico é que manda nestas coisas.



Pixies - Where Is My Mind?
Quinta-feira em Lisboa, cerca das 13.30.

Foi exactamente assim: a chave da ignição foi rodada e o rádio ligou-se automaticamente - estava na Voxx - começou a linha de guitarra da Where Is My Mind?. A sincronização foi perfeita. Coisa rara, acreditem.



2.16.2003
Cat Power - Wild Is The Wind
Hoje no IC-19, cerca da 01.50.

Íntima fracção. A canção é um antigo clássico, mas esta interpretação da Cat Power será das mais impressionantes que eu já ouvi até hoje. O momento foi perfeito. O piano, tocado de forma lenta mas bruta, e a voz sofrida de Chan Marshall ressoavam no carro. A Nina Simone que se acautele.




1.31.2003
eu vou voltar.



11.13.2002
Gemma Hayes - Hanging Around
Ontem no trânsito, pelas 8.40.

Eu vinha a ouvir o The Ghost Of Tom Joad do Bruce Springsteen desde que conseguira, muito habilmente, colocar o cd no leitor, parado no meio do trânsito. Chovia e era um lento começo para o dia. Demasiado deprimente até, para ter mudado só para ver o que tocava nas estações de rádio. Esta foi a primeira canção a tocar na Radar. A sensação que a Gemma Hayes é a Avri Lavigne do indie rock tem acompanhado todas as minhas audições desta sua canção. Gosto sempre. Gostei muito na altura, foi um belo acordar do triste mundo criado por Springsteen no já referido disco. Aquela coisa da canção rock "diferente" para mandar à merda o dia que aí vem e as pessoas que vêm com ele. Muito rídiculo. Não vou contar mais pormenores.



11.11.2002
"Sempre que ando de carro à noite, acredito que a Lua me segue."



6.29.2002
Mark Koselek - Up to My Neck In You
Hoje, de madrugada, por volta da 1.30.

Os meus primeiros minutos de Lobo na rádio. Fabuloso hem? Depois de deixar algumas pessoas em suas respectivas casas, ponho o rádio mais alto e apercebo-me de Koselek a cantar ao vivo, na Comercial. Só podia ser o Lobo, e a voz cavernosa de que tanto me falaram confirmou isso mesmo. A canção era tipicamente Koselek, e como tal perfeita para regressos a casa nocturnos.
E sim, era uma cover de AC/DC.



6.19.2002
impossível ouvir música dentro dum carro, numa viagem de verão.
ah, e o ar condicionado mata.



6.04.2002
DJ Shadow - Six Days
Quase todos os dias em diferentes sítios, por volta das 19.30

Tem-me perseguido, no rádio do carro. Já a tinha ouvido algumas vezes mas só hoje percebi que era DJ Shadow. Também só hoje percebi como gostava da canção, que antes ouvia descomprometidamente no meio de outras, inserida no alinhamento insipiente, mas suficientemente não incomodativo deste programa de final de tarde na Rádio Marginal. Apercebi-me finalmente que já gostava da faixa à muito tempo, da sua vocalização envolvente e toque de psicadelismo à anos 60. Apanhou-me. Mas deve ser por pouco tempo.



4.12.2002
Richard Addinsell - Warschauer Konzert
Hoje, cerca das 20.50 em Paço de Arcos.

Moro numa zona ventosa. Gosto muito desse aspecto particular do sítio onde moro, gosto de o ouvir à noite ou de sentir a sua força em dias como hoje. Parece difícil chegar ao carro, e é impossível sentir indiferença por esta deslocação de ar maciça. Fecha-se a porta e encontrei refúgio. Levei um disco para ouvir e puz a tocar esta faixa. A presença imponente do vento escondeu-se lá fora enquanto dentro do carro a música de Addinsell crescia com o Quasi Cadenza e puz-me a (curto) caminho. Se fosse num filme, e perante banda sonora tão trágica, teria-me despistado. Assim, apenas confirmei a sumptuosidade desta gravação.
Muita desta música dá-me vontade de ver filmes antigos, mas acho que os filmes antigos não a usavam assim tanto como isso.



4.07.2002
Driving in my big black car
Nothing can go wrong
I'm going and I don't know how far
So, so long
Maybe I'll sleep in a Holiday Inn
Nothing can hurt me
Nothing can touch me
Why should I care
Driving's a gas
It ain't gonna last
Sunny day, highway
If it rains it's all the same
I can't feel a thing
I can't feel a thing
I've got a big black car
The lights above, oh yes
I see the stars above

Big Star - Big Black Car



4.03.2002
Fairground Attraction
Hoje, cerca das 12.40 em Campolide.

Sabem quando se entra no carro de alguém e algo ridículo está a tocar? Quando se liga o rádio e continua o cd que essa pessoa tinha vindo a ouvir e parece rídiculo. Muitas vezes parece rídiculo. Eu reparo, acreditem. Hoje, com o carro cheio, numa curta deslocação, baixei bruscamente o volume e mudei em contido desespero do belíssimo disco dos Fairground Attraction para a rádio, qualquer estação. Teve que ser. Estava a meio da canção, e com o volume demasiado alto para ficar assim. Não é tanto o que vão pensar de mim (ainda que tenha sido vergonha...), mas sim, isto não é para vocês, isto é o que estava a ouvir a caminho de cá, só. A intimidade num carro, é parecido nos phones.
E para mais não é muito cool ehe. Mentira, a Perfect é completamente cool, mas também não era a Perfect. De qualquer forma, estava (e está) o último disco do Leonard Cohen à espera para estrear (e era uma boa alternativa, suficientemente impessoal para não me importar de o partilhar em qualquer momento. mesmo que mais ninguém estivesse a gostar), mas ainda vai esperar mais um bocado... porque, Eddi Reader kicks ass.



3.18.2002
parti um espelho. não faço a mínima ideia do que tocava na altura, o carro não era meu.



1.14.2002
Michael Nyman - Memorial
Hoje, 12.45.
Logo á saída da minha casa há uma subida épica. Todos os dias eu embalo o carro para subir o alto por cima de Caxias mas nunca foi tão bem acompanhada como hoje. O estilo de composição, repetição, sobreposição e evolução - ou não percebo nada disto, oiçam - de Michael Nyman ajudou. Por momentos foi uma subida realmente épica e a vista que se tem lá de cima nunca foi tão triunfante. Agora só tenho que experimentar com Chostakovich e despistar um veículolongo das obras que ficam no caminho para me sentir um verdadeiro conquistador. A descompressão deste crescendo é feita ao som de sopros perdidos de riso, e theremin? violino eléctrico? soprano? algo, um louco a reclamar mais.mais.mais.mais.mais.mais.mais.mais.mais.mais.

With Memorial "The Cook, The Thief, His Wife and her Lover" extends the list of death music with which I ended my notes to the "Drowning by Numbers" soundtrack album. Memorial is heard throughout the film, but in its complete form only in the final sequence as it choreographs the procession bearing the body of The Lover, prepared by The Cook, served by The Wife as a dish for her husband, The Thief.
Michael Nyman

Não pensem por favor que estou obcecado por músicas da morte. é de facto uma coincidência.



1.06.2002
The Smiths - Shoplifters of the World Unite...
Hoje, cerca das 14.00.
Estava a tocar na rádio, tive que ir buscar uma pessoa e durante 10 minutos a voxx fez-me companhia. E foi bom, lembrar que a rádio pode ser boa.



12.27.2001
os melhores momentos...

Fim da Canção, dos Ornatos Violeta. IP3, quando as copas das árvores dançam para a estrada e cobrem o céu por cima de nós.

, de Jorge Palma, tirada do albúm homónimo (estavam algumas canções de Jorge Palma gravadas no final do cd dos Ornatos Violeta). IP3. Serra da Estrela ao longe, a cantarmos.

Tonight, Tonight, dos Smashing Pumpkins. a subir e a descer na IP5.

Take Me Down, dos Smashing Pumpkins. a passar o Fundão.

ah, e não morrermos! das duas vezes!



23 de Dezembro
Paço de Arcos - Espedrada (cerca de 450km)
(escolhidos por um primo)

Neutral Milk Hotel - In The Aeroplane Over The Sea
The Gift - Film
Ornatos Violeta - O Monstro Precisa de Amigos
Smashing Pumpkins - Mellon Collie and the Infinite Sadness, happy moon


...

26 de Dezembro
Espedrada - Paço de Arcos (cerca de 450km)
(escolhidos aleatoriamente pela minha mãe)

Smashing Pumpkins - Mellon Collie and the Infinite Sadness, happy moon
Modest Mouse - The Lonesome Crowded West
The Cure - Disintegration

rádio.



12.17.2001
The Cure - Plainsong
Hoje, cerca das 7.30.
Vi o céu vermelho sobre Lisboa! vermelho! mesmo á bocadinho! Acho que nunca tinha visto, vi do alto de Caxias e depois do alto de Linda-a-Velha. Da primeira vez foi melhor, tocava aquilo ali e ainda não sabia o resultado final das eleições em Lisboa nem as consequências políticas. Grande fim de semana. Vermelho?



12.09.2001
Não têm medo de morte de adormecer ao volante?
Não sei como foi o acidente e parece não ter sido grave, mas que tocaria?
Auto-estradas á noite ao som de Mogwai pode ser líndissimo, mas é perigoso? Só se devia ouvir Pixies quando se guia sozinho de madrugada?
No outro dia fiz questão de tomar atenção á música. Mais á música que á estrada, fui entretido a cantar Sonic Youth. Via rápida sem carros não necessita de concentração hmm. Pensei que assim ganhava ao sono. Não foi tempo suficiente para ser um verdadeiro desafio mas desta correu bem.



12.06.2001
Tanya Donelly - Bum
Terça, cerca das 18.00
Em Oeiras, a caminho de casa. Muito frio. A condução é afectada pelo que está a tocar? Claro. Foi, não sei se muito. Esta canção é energia. Fez-me despachar e motivou-me para ir para casa fazer alguma coisa.
In for the fight of your life today i'm giving you a head start you better run bum!
A voz da doce Tanya Donelly em versão rápida, muito bom. Claro que quando cheguei a casa não trabalhei nada naquilo para que estava tão motivado. Porventura o trabalho não fazia tanta falta como ficar motivado por ouvir música. Excelente disco já agora. Fica aqui também o realce (Love Songs for Underdogs).



11.26.2001
Radiohead - Idioteque
Hoje, cerca das 9.25.
Em Monsanto, só com árvores á volta, na rádio Marginal. O Thom Yorke descontrolado num carro bastante apressado por atalhos. Isto não é Lisboa, tem esquilos. E o Thom Yorke insiste e cala-se, e perde relevância e interesse. A música sem ambiente não chega lá.



Low - Words
Ontem, cerca das 19.15.
Á entrada de Queluz. Parado no trânsito.
Ouvir Low parado no trânsito á noite é quase bom. Aposto que a maior parte das pessoas que estavam nos outros carros só se meteram ali porque queriam dar uma volta para pensar na sua vida e aclarar ideias ao som dos Low.



11.25.2001
Marvin Gaye - Let's Get It On
Hoje, cerca da 1.00.
Em Porto Salvo, a deixar as pessoas em casa, no carro duma amiga. Passo para o lugar da frente e ponho o rádio e começo á procura de uma estação para ficar a tocar. Partimos do 92.4, Mega FM e nada prestava até.... Let's Get It On....Yeah Baby (Nostalgia..). Agradável ao ínicio, com coros da nossa parte a fazer uuuuuuuuuh baby, let's get it on. Eventualmente *silêncio* e ficamos a ouvir a canção durante uns segundos. A condutora ri-se...Muda. E a canção é mesmo rídicula. Isto não pode ser a ideia de sensualidade na música. People really get it on with that?



11.21.2001
Mercury Rev - Deserter's Songs
Hoje, a partir das 7.10.
A caminho da Faculdade.
E ao 3º ano de faculdade um bocadinho de trabalho, um bocadinho de pressão para entrega de um trabalho. Muito ensonado, cedíssimo para andar de carro. Agora algo assustado até por ter feito o caminho sem pensar uma vez o que fazia, autómato e inconsciente, mas lembro-me que reparei, pela primeira vez desde há algum tempo atrás, na maravilhosa orquestra de sons usada neste disco. E já é uma questão de pormenor, porque eu já conheço tão bem as canções que estava a ouvir TUDO. Uma discussão antiga era se quando se ouvem sinfonias (ou qualquer outra música com muitas fontes de som) os ouvintes ouviam TUDO ou apenas tinham uma leve percepção com alguns momentos de consciência do que se estava a passar. A conclusão foi, os mestres da música clássica ouvem, o Karajan ou o Bernstein ou quem quer que seja, de certeza que ouve TUDO, de certeza que sabe TUDO, que consegue reproduzir todos os instrumentos na sua cabeça, separados. Ora, eu não consigo reproduzir todos os efeitos e sons das canções do Deserter's Songs, mas fiquei muito satisfeito e mesmo maravilhado (porque é algo fantástico ás vezes, não deixar andar, não estar só bem, mas além disso reparar intensamente no que nos está a deixar bem), por ter reparado que estava mesmo a ouvir, que estava com sono mas com uma percepção elevadíssima ao que tocava, e que foi uma pena chegar e estacionar a meio da godess on a hiway.



11.05.2001
Sugar Ray - When It's Over
Ontem, cerca das 19.00.
Alfragide, á saída do Jumbo.
Banco de trás. Rádio, já não sei que estação. Provavelmente a Mega FM.
"...that's the time when i faaaall in love..."
Eu e o meu irmão trocamos olhar cúmplice e cantamos...
"...when's it's over. can i still come over?..."
gud summa dada musak.



10.30.2001
Gustav Holst - Venus, the bringer of peace
Hoje, cerca das 18.15.
Oeiras, a caminho do elefante azul (para lavar o carro).
Dou por mim a andar mais devagar para ainda poder ouvir os oito minutos desta canção antes de chegar ao destino, perdurando assim a calmia e bem-estar que ela proporciona. Nesta altura decidi passar por um caminho mais longo para ver o mar e reparo na lua, praticamente cheia, a lutar por entre a névoa. Anoitece tão cedo, está tudo tão morto, e estes sons tristes dão mesmo a ideia do vazio. ladies and gentleman, we're floating in Paço de Arcos. Fico com vontade de ver o 2001 - Odisseia no Espaço (até ao fim!), para poder verificar se esta música ficava tão bem como ficou na minha cabeça.



10.24.2001
Mix Cds para ouvir em carros é um clássico. Tudo bem, é redutor para as canções, é aldrabar o objectivo dos artistas, mas além de ser algo muito agradável de descobrir, quando não se trata de uma viagem grande faz imenso sentido. Quando não se tem tempo para ouvir um disco todo, ou nem uma canção, quando se vai distraído ou com pressa, que melhor que ter um serviço de rádio que temos a certeza que gostamos?
Entrentanto, estas férias, fiquei sem uma bolsa de viagem, com muitos cds. Pensava que os tinha perdido algures cá em casa (naquela bolsa só guardava cds originais...) mas afinal ficaram mesmo nas férias. Fica aqui uma tentativa de reproduzir, de memória, o conteúdo de dois deles:

01 Nick Drake - Horn
02 Taj Mahal and Tumani Diabaté - Queen Bee
03 Marisa Monte - Beija Eu
04 Kinks - Waterloo Sunset
05 Smiths - Ask
06 Shudder to Think - Automatic Soup
07 Palace - West Palm Beach
08 Beatles - Long, Long, Long
09 Cat Power - Metal Heart
10 Red House Painters - Relevation Big Sur
11 Beth Orthon - Don't Need a Reason
12 Op8 feat. Lisa Germano - Round and Round
13 Mouse on Mars - Download Sofist
14 My Bloody Valentine - Soon
15 Swans - The Other Side of The World
16 Neutral Milk Hotel - Baby for Pree
17 Calexico - Minas de Cobre
18 Pavement - Half a Canyon

01 Ganger - Cats, Dogs and Babies Jaws
02 Bregovic - Ederlezi
03 The Cure - Out Of This World
04 Ride - Dreams Burn Down
05 Stone Roses - Waterfall
06 Codeine - Atmosphere
07 Yo La Tengo - Blue Line Swinger
08 Pavement - Type Slowly
09 Go-Betweens - Quiet Heart
10 Red House Painters - I Am a Rock
11 Ganger - Lid Of Stars
12 R.E.M. - Electrolite

(lembrei-me! 7/12) (encontrei! porra! encontrei o mix cd numa caixa sem nome e com dois cds lá dentro. que acontecimento! 9/12)

e claro que não sei explicar porque nunca gravei a What You Want dos My Bloody Valentine.



10.22.2001
Beethoven - Coriolano, abertura
Hoje, cerca das 17.15.
Portagem á saída da A5, Oeiras.
Tenho vindo a ouvir em repeat (o que somado dá 3 vezes...), reflexo de falta de paciência para rádio ou para o concerto para piano que segue esta faixa. Muito alto, com cordas espantosas.
Portagem. baixo o som? quanto? suficiente para o empregado da portagem não ouvir o que eu tocava (ou pelo menos para eu reparar no que ele está a ouvir). porquê outra vez? Aí mudei para a rádio e ficou a 3ª vez incompleta.



10.20.2001
Bonnie Prince Billy - A Minor Place
Hoje, cerca das 2.15 da manhã.
A caminho de casa, já em Oeiras, já sozinho, depois de arraial académico abortado pela chuva. Muito sossegado e satisfeito. Começa a canção, e mais uma vez reparo no efeito fantástico. Sempre me perguntei que fazia desta canção tão agradável, tão humana, tão acolhedora. Claro que não é só isto, que a voz do Will Oldham (e o que canta claro) são mais relevantes, mas aquele som de lixa (fesh-fesh-fesh-fesh-fesh-fesh-fesh-fesh) que se ouve nos versos tem qualquer coisa. Melhor canção de sempre para uma pessoa se sentir bem.



Antonin Dvorak - Danças Eslavas
Quinta-feira, entre as 11.30 e a meia noite.
A5 sentido Cascais, de volta dum concerto de música clássica na Gulbenkein, a explorar um mix cd com dois companheiros. Chove imenso.
Conversa entre eles:
R - Põe a 5.
A - É o quê?
R - Danças Eslavas de (...?).
O que ía ao meu lado (A), fica em extase e começa a fazer de maestro (e sentido!) com um enorme sorriso.
A - Ah eu conheço isto, isto é fantástico!
R - Isto é melhor que heavy-metal ehehe.
...
A - Só não sei o que é que isto tem de Danças.

(tenho que recolher pormenores acerca da faixa, realmente portentosa)



10.17.2001
Ganger - Cats, Dogs and Babies Jaws
Hoje, cerca das dezanove horas
Anoitecer sob chuva em Oeiras, a caminho da biblioteca municipal.
ocean side and an ancient grey. if we watch the night sky turn to blue.
all around i could see, a thousand city lights crash free.
turn to every corner i could find some space to leave.
ocean side and an ancient grey. if we could watch the night sky turn to blue.

A parte instrumental (verdadeiramente empolgante), coincidiu com um semáforo vermelho, olho para o lado, para os outros carros. arranque.
laissez faire, a last time. and we can find next door, a million miles away.
ten streets, and i see some city space, crash free. if we could watch the night sky.
southside over awake. but it never worked out anyway, but it never worked out anyway.



Low - Coattails
De volta da biblioteca, depois de pegar o "The Curtain Hits the Cast", sem pensar muito... já o tenho em CDR, já o tenho em mp3, mas não tenho a fantástica fotografia de concerto na primeira página do livrete, recordar que foi por causa desta fotografia que da primeira vez levei o disco da biblioteca, alguns anos atrás.
Marcha lenta a caminho da "rotunda do Isaltino", o carro movia-se a épico. com todas as caracteristicas geralmente associadas a um épico, glorioso, belo, de cortar a respiração, com crescendos e partes de descompressão, e um efeito qualquer, um sintetizador omnipresente, que só pode ser deus a cantar. o carro gostou.



10.16.2001
Fugazi - Pink Frosty
Ontem, cerca das 8 da noite.
Descida de Linda-a-Velha, pela A5 em direcção a Lisboa. No sentido contrário uma procissão imensa de luzes amarelas, colina abaixo. Bem ordenadas, pacientes, silenciadas pelo o que tocava. A música, calma e rastejante, sussurrada, só me fez acelerar mais e sair dali sem que dessem por mim.